Paradoxalmente, verrugas genitais não têm relação com surgimento da doença.
ação do HPV, ou papilomavírus humano, é uma das provas mais claras de que o câncer pode ser causado por agentes infecciosos, e não apenas por uma disfunção interna do organismo humano. O consenso entre os especialistas diz que é quase impossível ter câncer de colo do útero sem que o vírus tenha estimulado as células dos órgãos sexuais femininos a se multiplicarem de forma descontrolada (veja o infográfico http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL345665-5603,00-CANCER+E+EFEITO+COLATERAL+DE+MANIPULACAO+GENETICA+COMANDADA+PELO+HPV.html).
O HPV é o causador do segundo tipo mais comum de câncer feminino, que perde apenas para o câncer de mama em prevalência no mundo. O saldo mundial de mortes de mulheres na conta do assassino invisível fica em torno de 250 mil anualmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A quantidade de pessoas infectadas no planeta é ainda mais impressionante, ficando em torno de 450 milhões, ainda de acordo com a OMS.
Existem dezenas de tipos de HPV, todos especialistas em infecções da pele e da mucosa, mas só alguns deles atacam a região genital e podem causar câncer. Paradoxalmente, embora alguns HPVs sejam responsáveis por gerar verrugas na vagina e no pênis (as populares "cristas de galo"), essas lesões incômodas e esteticamente desagradáveis em geral não têm ligação com o câncer propriamente dito -- são outros os vírus responsáveis por tumores.
O HPV invade o organismo por meio de lesões superficiais na pele e, uma vez dentro das células, consegue realizar o truque de "integrar" seu DNA ao DNA humano, tal como fazem muitos outros vírus. Um dos propósitos dessa integração é seqüestrar o funcionamento da célula para os propósitos do vírus, instruindo-a a produzir mais cópias do HPV (coisa que o invasor é incapaz de fazer por si próprio).
Ao mesmo tempo, os genes do vírus que se integram ao DNA humano também bagunçam o sistema natural de multiplicação e morte controlada das células da pele e da mucosa. Os dados obtidos até hoje indicam que o HPV, por um lado, estimula a multiplicação descontrolada das células humanas, ao mesmo tempo em que impede a chamada apoptose, ou morte celular programada, que ajuda o organismo a eliminar células anormais. O resultado é o câncer.
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