HERON SANTANA, O ESCOLHIDO

Tem história que realmente emociona a gente de verdade. Vou começar a descrever como tudo começou com Heron.

Tenha certeza leitores de que o final deste encontro é simplesmente emocionante.

FUI O ESCOLHIDO!

Essa é a história de Heron Santana, um estudante de teatro da UFBa e filho da minha professora de hidroginástica, Dinha.

Heron, indo para o MAM (Museu de Arte Moderna da cidade de Salvador) caminhando descontraído com os colegas, começa a perceber que além dos seus colegas, tem um ser a mais acompanhando-o.

Heron continua seu caminho em direção ao MAM e ao chegar ao seu destino, cumprimenta os demais colegas e amigos que encontra, e percebendo em seguida de que sua acompanhante não desistiu. Uma cadela de rua.

Ao fazer umas horinhas, seus amigos começam a fazer graça para a cadela e ela muito faceira e feliz, agradece abanando o rabinho. Então todos percebem neste momento que é uma cadela de rua. Que está bem desnutrida, machucada e até mesmo triste.

Passando horas no MAM, Heron retorna de volta a sua casa, acompanhado de alguns amigos. No caminho percebe que a cadela estava acompanhando-o lado a lado. Ficou pasmo! Ela tinha esperado por ele na porta do MAM.

Continuando seu percursso de casa, que fica nas proximidades do MAM, a lado a lado a cadela seguindo-o. Ela já demonstrava para Jade um olhar mais triste, cabisbaixa, rabinho entre as pernas. Seguindo Heron ela continuou.

Ele presentia que ela queria dizer algo a ele. Ele não sabia o que! Talvez ela estivesse percebendo que mais uma vez ia ser abandonada. Que aqueles momentos foram apenas para fazê-la feliz e que em poucas horas passaria.

Seus amigos foram se despedindo, cada um entrando na direção de suas casas e Heron seguiu em direção a sua casa e, novamente deu-se conta que a cadela o seguia. A cadela não tinha ido atrás dos seus amigos, que ficaram no meio do caminho. Somente a Heron ela.

Heron parou na porta de sua casa e foi aí que a cadela deitou sob as patas e ficou olhando para ele.

Heron tomou uma decisão rápida. Agachou-se até a cadela de rua e disse:

- Você me escolheu. Eu sei disso. Então por você ter me escolhido, eu te batizo Jade.

Minha mãe que me perdoe pela loucura que eu vou fazer, mas vou ter levar para nossa casa. Ela vai ter que entender que você me escolheu e eu tenho que ficar com você. Serás minha companheira e não resta dúvida que também dela.

Vamos Jade, para nossa casa.

Abrindo a porta de casa com Jade do seu lado, Dinha sua mãe, olhou-o perplexa! Sem saber o que estava acontecendo, admirada por ver aquela cadela mal tratada, suja, doentinha dos pés, ao lado de seu filho respirou fundo.

Vendo sua mãe pasma, foi aí que neste momento Heron disse:

- Mãe, ela me escolheu. Então eu não posso abandoná-la.

Resumiu o ocorrido para sua mãe e esperou dela a decisão. Preparado Heron, sabendo que sua mãe poderia ter uma reação negativa ou corretiva ou até mesmo uma reação de pegar aquela cadela e levar de volta para a rua. Mas Heron esperou. Logo percebeu que sua mãe acolheu a cadela. O silêncio ou o jeito pasmo já era a resposta de que Jade ficaria com a gente.

O nosso diálogo primeiro foi:

- Heron, primeiro passo. Vamos dar um super banho e alimentá-la. Ela deve estar com muita fome.

Então foi aí que ela novamente conversou, fazendo a seguinte pergunta:

- Heron, a cadela já tem nome? Jade minha mãe. Nossa Jade. E eu sei minha mãe que ela me escolheu.

No dia seguinte, Dinha mãe de Heron, começou a cuidar das sarnas, pulgas e da ferida da patinha, provocada pelos mal tratos e abandono.

Jade não tinha cara de cadela de rua. Ela até parecia que já teve um dono um dia. Jade teria que ser bem cuidada. Logo, logo a mãe de Heron procurou um médico veterinário e foi aí que encontrou o marido de uma aluna da hidroginástica, Dr. Antonio Vicente Dias, que é médico veterinário homeopata, além de ser também é um grande pesquisador.

No dia da consulta, Dr. Antonio Vicente examinou Jade, medicou-a com remédios homeopáticos, garantindo a Dinha e a Heron que iria tratá-la de todas as suas deficiências, que certamente foram provocadas pelo abandono.

Heron radiante, dando pulos de alegria e de felicidade, repetia novamente para sua mãe, com tanta convicção, que a cadela o tinha escolhido.

So poderia ter sido escolhido, por que os amigos que rodearam a cadela e que lhe fizeram festas não teve a mesma receptividade que teve Heron. Até porque, ela seguiu Heron até a porta de sua casa.
E mais uma vez Heron repetia para sua mãe. Eu fui o escolhido por Jade.

Heron era certo disso. Ele percebia que a cadela lhe dizia isso o tempo todo que ela estava ao lado dele, mesmo com aqueles olhos triste, era isso que ela queria dizer a Heron.

Ele tinha que ser seu dono para tirá-la daquela rua.

A mensagem que Heron quer deixar para sua mãe é que agradece a ela por ter entendido-o por ter dado mais uma oportunidade a Jade, a ter um lar, uma família.

A mensagem que Dinha quer deixar para Jade é que agradece a ela por ter vindo para o seu lar. Por que a presença de Jade tem provocado uma mudança muito grande, tanto em Heron seu filho, como nela própria.

A mensagem que eu quero deixar aqui regisrado é o resultado desse amor e desse acolhimento a esse animal que estava perâmbulando pelas ruas de Salvador e que, agora em diante tem uma família e que tem lhe dedicado muito carinho.
Para Heron digo que realmente foi o escolhido e para Dinha minha amiga, digo que você foi uma super mãe, porque você fez uma adoção de corpo e alma.

Meu recado geral é que, sempre que possível, adote um animal.

Vivam!!!!!!!!!!!!!!
Maria Cavalcante

Jade, a cadela de rua

Já tem 20(vinte) dias que Jade está na companhia de Heron e de Dinha. a foto de cima é como ela está hoje. Linda!!!!!!

Heron vive dizendo que pelas ruas da cidade de Salvador e pela paria, Jade não mais andará sozinha, agora somente com ele. Ele declara também que nunca mais ela será uma cadela de rua. Ele não deixará!!!!