Quarta, 12 de agosto de 2009, 09h58 Claudio R S Pucci
Churchill defendia o cochilo no meio tarde. "É uma maneira de ter dois dias em um", afirmava. Bill Clinton, Lance Armstrong, Napoleão Bonaparte, Einstein e Leonardo da Vinci também sempre apoiaram o descanso vespertino. A Toyota no Japão instituiu a prática como obrigatória. Além de ter funcionários mais motivados, a direção diz que economiza dinheiro, já que as luzes da fábrica são apagadas no período.Já foi-se o tempo em que dormir no serviço era sinônimo de gente preguiçosa e sem pique para trabalhar. Tradição em muitos países, especialmente os latinos e na Espanha, a siesta começa a vencer preconceitos e ser levada a sério pelos brasileiros. Isso porque tirar de 10 a 40 minutos para uma cochiladinha pós-almoço revigora o cérebro, desperta a atenção e prepara a pessoa para o "segundo round" no exaustivo dia de trabalho. E a boa notícia é que, excetuando os casos de insônia crônica, não afeta o sono noturno.Em uma pesquisa feita pela NASA em pilotos, foi comprovado que aqueles que tiravam um momento de cerca de 20 minutos para cochilar em vôos de grande distância tinham um ganho de 34% na performance e 54% no estado de alerta comparado aos que não praticavam a siesta. Além disso, um estudo conduzido pela Harvard Medical School na Grécia com 23.000 adultos mostrou que os dorminhocos de meio da tarde tinham 30% a menos de chance de sofrer de doenças coronárias.Uma das explicações para esses benefícios é que o relógio biológico humano pede um descanso naturalmente, por duas vezes ao dia, um às 2 horas da manhã e a outro às 2 horas da tarde.Existem, porém algumas regras para que o cochilo seja realmente proveitoso. A principal delas é que não passe de 40 minutos. Isso porque o sono é dividido em cinco estágios e a partir do terceiro, que ocorre em cerca de 45 minutos, a atividade dos neurônios é bastante reduzida e acordar nesse ponto pode causar mais cansaço, sonolência e, obviamente aumentar o stress. Outro ponto importante é criar condições para o sono, cochilando deitado ao invés de sentado e procurar locais de reduzido barulho e claridade.Rio de Janeiro ganha o primeiro espaço exclusivo para cochilo no BrasilHá pouco tempo, uma idéia pegou Nova Iorque de surpresa: um SPA voltado ao power snap (cochilo poderoso). Com o delicioso slogan, "a cidade que nunca dorme precisa de um cochilo", o Yelo se tornou sensação nos Estados Unidos e inspirou a advogada Mahine Dorea a trazer essa experiência para Brasil.Em meio ao caos do centro do Rio de Janeiro, com carros, barulho e calor, o Espaço Pausadamente é a primeira clínica no país dedicada exclusivamente ao cochilo rápido.Fomos conferir de perto a novidade, em uma galeria ao lado da movimentadíssima Avenida Rio Branco e o resultado final é que realmente consegui cochilar em uma das três cabines disponíveis aos clientes. E não é para menos. Tudo lá induz ao sono.O ambiente lembra mais um cenário do filme 2001, Uma Odisséia no Espaço, sem decoração ou nada que possa distrair a atenção. É imaculadamente branco. Cada cabine oferece uma trilha sonora que varia de música clássica a new age (à escolha do freguês) e luzes coloridas de acordo com conceitos de cromoterapia.O local possui ainda cadeiras inspiradas em um projeto da NASA para gravidade zero que, reclinadas, projetam o corpo para trás elevando as pernas acima do nível do coração, reduzindo assim o peso na coluna e acelerando a sensação de relaxamento.Por fim, o espaço também oferece massagens relaxantes como shiatsu e reflexologia, que podem (e devem) ser combinadas com o cochilo. Com apenas 5 semanas em atividade, o local já está sendo descoberto pelos cariocas. Uma executiva que acabara de ter seu sono dos justos me afirmou que embora seu escritório seja um pouco distante dali, vai se programar para voltar pelo menos duas vezes por semana.Já em São Paulo, há seis anos o restaurante Bello Bello na zona oeste da capital adaptou seu porão e o transformou no Espaço Soneca, com quatro futons para os clientes poderem relaxar depois do almoço. Segundo a proprietária, Salete Ebone, a inspiração veio da criação dos avós italianos que não dispensavam dormir à tarde.Mirando no bem-estar das pessoas, ela considera a empreitada um grande sucesso, mas afirma que a resistência ainda é grande, seja por vergonha de se dar alguns instantes de relaxamento como também pelo fato de que muita gente acaba reservando o horário de almoço para fazer muitas atividades, menos descansar.O ideal mesmo é que a moda pegue, inclusive dentro de empresas. Em um ritmo desconcertante onde um profissional trabalha mais de 10 horas por dia, um cochilo no meio da tarde se torna não só uma necessidade física, como também uma estratégia para o sucesso profissional.
Fonte: Terra
Por isto que sou bem ativo, cochilo pra caramba...ehehe
ResponderExcluirAbraços