"Graças ao trabalho e dedicação dos nossos técnicos durante um mês, conseguimos entregar com um dia de antecedência a encomenda feita pelo Ministério da Saúde. Por conta disso, gostaria de aproveitar essa oportunidade para saudar todos os técnicos de Farmanguinhos que estão envolvidos com a produção do fosfato de oseltamivir", disse o diretor do Instituto, Hayne Felipe. "Parece uma etapa simples, mas não é, porque encontramos características físicas diferentes para encapasulamento e foi preciso que os técnicos de Farmanguinhos fizessem o desenvolvimento tecnológico para adequar o encerramento do fosfato de oseltamivir em cápsulas. Originalmente, a formulação era para ser usada em sachês e diluída como xarope, e não no formato de pílulas", explicou. Se houver necessidade do Ministério da Saúde, Farmanguinhos já está preparado para produzir cerca de 120 mil tratamentos por semana.
Farmanguinhos está preparado para produzir cerca de 120 mil tratamentos por semana
Nesta quinta-feira, Farmanguinhos/Fiocruz recebeu a imprensa para explicar o processo de produção e para mostrar a fase de embalagem do medicamento em suas dependências. Cada um dos tratamentos é composto por 10 cápsulas de fosfato de osetalmivir, quantidade indicada para um paciente. A produção acontece no Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.
A produção é realizada no Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos/Fiocruz, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ)
O medicamento é considerado o mais eficiente, até o momento, no tratamento de influenza A (H1N1), sendo recomendado, inclusive, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Da transformação em cápsulas até a autorização para a sua distribuição, o medicamento fabricado no Brasil passou por testes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que encaminha processo para concessão do registro.
Fiocruz começou a entregar ao Ministério da Saúde os primeiros 150 mil tratamentos e a previsão é de que mais 60 mil tratamentos comecem a ser entregues, totalizando 210 mil tratamentos de oseltamivir
Por meio de Farmanguinhos, a Fundação fornece medicamentos a 12 programas do Ministério da Saúde, como Saúde da Família, Farmácia Popular e DST/Aids. Em 2008, produziu mais de 800 milhões de unidades farmacêuticas, compreendendo 18 grupos de medicamentos, sendo que anti-hipertensivos, antianêmicos e antirretrovirais e antivirais lideram o ranking.
Atuação da Fiocruz em influenza
Há mais de 50 anos a Fiocruz integra a rede global da OMS para vigilância e monitoramento de influenza. Em 2005, teve atuação fundamental na criação de uma estratégia de preparação do país para a possível chegada do vírus causador da gripe aviária. Pelo expertise acumulado em virologia e em especial no campo dos vírus respiratórios, a Fundação atua como referência nacional em influenza para o Ministério da Saúde. Na atual situação de influenza pandêmica, as ações da Fundação são focadas no diagnóstico laboratorial de casos suspeitos e na capacitação de profissionais de saúde nestes procedimentos.
Desde a detecção dos primeiros casos e o alerta global pela OMS, a Fiocruz se mobilizou para o recebimento de amostras. Desde o início da atual pandemia, o laboratório trabalha sem trégua, inclusive aos feriados e finais de semana. Os exames são realizados mediante aplicação da técnica de PCR em tempo real, conforme recomendado pela OMS. Recentemente, os técnicos do Laboratório Central (Lacen) do Paraná foram capacitados para realização do diagnóstico. A capacitação dos técnicos do Lacen do Rio Grande do Sul também está sendo realizada.
Enquanto hospital de referência, o Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) realiza a internação em condição de isolamento de pacientes adultos que apresentem sintomas graves, como quadros de complicação respiratória, sempre encaminhados por unidades básicas de saúde.
Sobre o oseltamivir
O oseltamivir inibe a atividade da enzima viral neuraminidase e, assim, reduz a proliferação de ambos os vírus da gripe, influenza A e B, pela inibição da liberação de vírus infecciosos de células infectadas, diminuindo a duração dos sinais e sintomas clinicamente relevantes da gripe, a gravidade da doença e a incidência de complicações associadas à gripe.
Publicado em 30/07/2009.
FONTE: Agência FIOCRUZ de Notícias
http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2761&sid=9
(fotos no site acima e matéria original)
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