Ana Paula Gioia
Abordagem ecossistêmica para o desenvolvimento de indicadores e cenários de sustentabilidade ambiental e de saúde na cidade de Manaus é o tema do projeto que pretende criar parcerias com atores importantes na dinâmica da saúde e do meio ambiente com o intuito de elaborar proposições para a sustentabilidade ambiental e de saúde. O trabalho, de pesquisadores da Fiocruz Amazônia e da Escola Nacional de Saúde Pública, foi aprovado pelas Vice-Presidências de Serviços de Referência e Ambiente e de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, conforme edital do Programa de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Pública/Programa Institucional em Saúde e Ambiente.
Vista aérea de Manaus, com o Teatro Amazonas ao centro
Coordenado pelo pesquisador Carlos Machado de Freitas, a pesquisa visa estudar a problemática da sustentabilidade ambiental de Manaus. A finalidade é mostrar as condições e tendências da sustentabilidade ambiental e do bem-estar atual, identificar mudanças plausíveis e construir cenários futuros. O trabalho será desenvolvido em torno de uma abordagem ecossistêmica, sustentada no tripé da transdisciplinaridade, participação social e eqüidade, técnica que não visa meramente à descrição de problemas, mas à identificação de soluções práticas. Esta é uma metodologia com forte expressão entre os pesquisadores do International Development Research Centre (IDRC) do Canadá, instituição que financia projetos com a mesma abordagem no mundo inteiro.
Dividido em dois momentos, a primeira parte do projeto consiste em fazer uma análise das várias facetas do desenvolvimento da capital do Amazonas, por meio do estudo de indicadores sociais, econômicos, ambientais, de saúde, de desenvolvimento humano e sustentável já existentes por meio de uma matriz ecossistêmica de complexidade das condições de saúde e ambiente da cidade de Manaus, traçando um perfil completo sobre o que ela representa enquanto uma grande cidade, quais recursos demanda, de que forma afeta o ecossistema, como se relaciona com a política de conservação de recursos naturais do Estado do Amazonas, o que é feito com os dejetos produzidos e o que se perde em fluxo de energia e materiais.
Com base na análise dos indicadores será aplicada uma metodologia que tornará possível a construção de cenários prospectivos (pessimista, intermediário, otimista e desejável) que variam de acordo com as mudanças advindas das forças motrizes em geral. “Esta é uma proposta inovadora que consiste em uma pesquisa participativa através da realização de grupos focais, reuniões expandidas e workshops que envolverá representantes de instituições, como as secretarias municipais e estaduais de Saúde, Meio Ambiente e Planejamento Urbano, assim como organizações não-governamentais e demais entidades relacionadas, a fim de executar métodos que objetivam agir no presente para evitar catástrofes no futuro”, explicou o coordenador-adjunto do projeto e pesquisador visitante da Fiocruz Amazônia, Leandro Giatti.
Para Giatti, esse é um exercício futurístico importante que possibilita um aprendizado institucional a partir do enfrentamento de problemas atuais e os que são temidos para o futuro, trabalhando variáveis que nos conduzam ao cenário de um futuro desejado para a cidade e uma interação que poderá gerar oportunidades para novas articulações e implementação de políticas públicas que garantam maior sustentabilidade ambiental e melhoria do bem-estar da população. Segundo o cronograma para o desenvolvimento das propostas deste projeto, a primeira reunião expandida para a apresentação das primeiras análises de indicadores às instituições envolvidas com as questões de saúde e meio ambiente está prevista para agosto deste ano.
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