O número de médicos
por mil habitantes nas capitais do País é, em média, de 4,56, enquanto no
interior, esse indicador cai para 1,11. Há variações significativas entre os
estados brasileiros: no Maranhão, estado com menor número relativo, há 0,71
médico por mil habitantes; já no Distrito Federal, o número sobe para 4,09, um
índice comparável ao da Noruega.
No que se refere ao
tema da Assistência Hospitalar no SUS, o tribunal realizou amplo diagnóstico em
116 hospitais públicos, que concentram aproximadamente 27.614 leitos (8,6% do
total de leitos na rede pública), em todos os estados da Federação. Foram
identificados problemas graves, complexos e recorrentes, relacionados a:
insuficiência de leitos; superlotação de emergências hospitalares; carência de
profissionais de saúde; desigualdade na distribuição de médicos no País; falta
de medicamentos e insumos hospitalares; ausência de equipamentos ou equipamentos
obsoletos, não instalados ou sem manutenção; inadequada estrutura física; e
insuficiência de recursos de tecnologia da informação.
O TCU verificou que
64% dos hospitais visitados apresentam taxa de ocupação da emergência maior do
que a capacidade prevista, e em 19% essa situação ocorre com alguma frequência.
Em apenas 6% não ocorre essa superlotação.
Ainda foi verificado
que em 81% dos hospitais o principal problema é o déficit no quadro de
profissionais. Em 63% dos hospitais, a constante falta ao trabalho dos
profissionais provoca impactos substanciais na prestação dos
serviços.
Além disso, foi
apontado que o aumento de demandas judiciais – com o objetivo de garantir o
fornecimento de medicamentos e a realização de cirurgias e procedimentos – tem
trazido preocupação aos gestores da saúde, nas três esferas administrativas,
pois, muitas vezes, essa interferência despreza fluxos e protocolos existentes,
impõe a realização de tratamentos extremamente onerosos, e resultam em inversão
de prioridades nos gastos com medicamentos, com grave impacto na programação
anual de saúde. Na esfera federal, os gastos com medicamentos e insumos para
cumprimento de decisões judiciais passaram de R$ 2,5 milhões em 2005 para R$ 266
milhões no ano de 2011.
Fonte: Agência
TCU
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