Também conhecida como hepatite infecciosa, é transmitida de pessoa para pessoa, por meio de água, alimentos e objetos contaminados pelo vírus ou por mãos mal lavadas e sujas de fezes. Quando surgem, os sintomas mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, de 15 a 50 dias após a infecção. O diagnóstico é realizado por exame de sangue específico.
A hepatite A costuma ter evolução benigna, não deixando sequelas. Mais grave em adultos, pode causar insuficiência do fígado e ser fulminante — o que acontece em menos de 1% dos casos. A doença é totalmente curável quando se segue a recomendação médica.
A melhor forma de se evitar é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico: lavar as mãos; lavar bem, com água tratada, os alimentos que são consumidos crus; cozinhar bem os alimentos, principalmente frutos do mar e carne de porco; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, poças; evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios.
O SUS disponibiliza vacina específica contra o vírus causador da hepatite A, mas esta só é recomendada em situações especiais, como para pessoas com outras doenças crônicas no fígado ou que fizeram transplante de medula óssea. Aqueles que já tiveram hepatite A apresentam imunidade para a doença, mas não estão livres de contrair as outras hepatites virais.
Hepatite B
O vírus B pode estar presente no sangue, no esperma e no leite materno, portanto, suas causas de transmissão são: transfusão de sangue contaminado; relações sexuais sem camisinha com pessoa infectada; de mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou amamentação; ao compartilhar material para uso de drogas, de higiene pessoal ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings. A maioria dos casos não apresenta sintomas, mas os sinais (os mesmos da hepatite A) podem aparecer de um a seis meses após a infecção.
A doença pode se desenvolver de formas aguda (quando a infecção tem curta duração) e crônica (quando dura mais de seis meses). Se necessário, o paciente é tratado com medicamentos. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade em que se dá a infecção. As crianças são as mais vulneráveis: nas com menos de um ano, o risco chega a 90%. Em adultos, o risco cai para 5% a 10%.
O diagnóstico é feito por meio de exame de sangue específico. Toda mulher grávida precisa fazer o teste para evitar a transmissão de mãe para filho.
Há vacina contra a hepatite B disponível no SUS para pessoas com até 29 anos ou que pertençam a grupos de maior vulnerabilidade (grávidas, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas com DST). A imunização só é efetiva após três doses. Usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal também são formas de prevenção.
Hepatite C
A transmissão da hepatite C ocorre principalmente pelo sangue. As outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B; porém, a via sexual e a de mãe para filho são menos frequentes.
Não existe vacina contra a hepatite C, mas a doença pode ser evitada ao não se compartilhar seringa, agulha e objetos cortantes com outras pessoas e ao se usar camisinha em todas as relações sexuais.
Hepatite D
Só tem hepatite D quem foi infectado pelo vírus da hepatite B. A gravidade da doença depende do momento da infecção. No caso da infecção simultânea dos vírus D e B, manifesta-se da mesma forma que a hepatite aguda B — não há tratamento específico e a recomendação consiste em repouso e alimentação leve e proibição do consumo de bebidas alcoólicas por um ano.
Se o portador do vírus B é infectado posteriormente pelo vírus D, o fígado pode sofrer danos severos, como cirrose e formas fulminantes de hepatite. Esta é a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região amazônica do Brasil.
Sua forma de transmissão é igual à das hepatites B e C. Como a hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B da doença.
Hepatite E
A doença é rara no Brasil, mas comum na Ásia e na África. Sua transmissão e suas formas de prevenção são iguais às da hepatite A. Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas e recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente grávidas.
Fonte: Ministério da Saúde.
Extraído da RADIS Comunicação e Saúde - Nº 116 - Abril de 2012
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