As hepatites virais podem ser separadas em dois grupos, de acordo com sua forma de transmissão. No primeiro, encontram-se as hepatites A e E, transmitidas de modo fecal-oral — por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Esse mecanismo de infecção está relacionado às condições socioeconômicas, de saneamento básico e de higiene pessoal.
No segundo, o das hepatites B, C e D, a transmissão é sanguínea: por transfusão de sangue ou hemoderivados, hemodiálise e procedimentos cirúrgicos e odontológicos em que não se aplicam as normas de biossegurança; da mãe para o filho durante gravidez e parto; pelo contato sexual; e por compartilhamento de material contaminado para uso de drogas, higiene pessoal ou aplicação de tatuagens e piercings (leia mais no quadro da página12).
No caso da hepatite A, o fígado normalmente volta a ficar sadio; no da hepatite B, 90% dos infectados se curam de forma espontânea e há vacina que impede a infecção — o SUS oferece a imunização para pessoas com até 29 anos ou que pertençam ao grupo de maior vulnerabilidade (grávidas, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST).
Quando uma pessoa se contamina com a hepatite C, o organismo produz anticorpos para tentar destruir os vírus. Mas, com frequência, esses anticorpos deixam de identificar o invasor responsável pela hepatite C e a infecção permanece no organismo, com chances elevadas de ficar crônica: de 70% a 80% dos casos evoluem para uma infecção persistente. “Mas não é tão preto no branco: as mulheres e as crianças vão se curar mais facilmente, e aqueles que apresentaram sintomas têm mais chance de cura espontânea”, ressalva Lia.
Entre os indivíduos com infecção crônica ativa, em torno de 20% progridem para um quadro grave de fibrose difusa (espalhada por diversas áreas do fígado) e cirrose. Uma pequena parte, de 1% a 2%, pode vir a desenvolver câncer de fígado.
Fonte: RADIS Comunicação e Saúde - Nº 116 - Abril de 2012
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