
Com apoio expresso da sociedade, manifestado pelos meios de comunicação, pelos cidadãos e pelas instituições da área de saúde, o Bloco da Camisinha consagrou definitivamente sua participação no Carnaval de Salvador 2008. Mais cheio, mais animado e com adesão dos foliões durante todos os dias de desfile, o bloco provou que é possível ampliar as campanhas de prevenção a doenças sexualmente transmissível e AIDS, em meio à folia de momo. Falar de camisinha, sexo seguro e cuidado com a saúde não foi algo estranho, já que a mensagem estava integrada à festa, à sua lógica, à sua alegria.
E quem foi brincar no bloco em 2008 ou conferiu das sacadas dos prédios ou dos camarotes não teve dúvida: a iniciativa é um sucesso. Sucesso que pôde ser conferido de perto também por profissionais da área de saúde, populares intelectuais, gestores públicos. Neste ano, o vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha, que saiu do Rio de Janeiro, especialmente para participar do bloco, também ficou impressionado com seu alcance popular.
No chão, acompanhando o trio elétrico, uma multidão fez do Bloco da Camisinha uma atração especial na quinta-feira (31/01). Comandado por Carla Cristina da Banda Tribahia, o Bloco da Camisinha abriu o desfile no Campo Grande, já que o Bloco da Capoeira, em função de problemas no trio, se atrasou. E quem esperou não teve do que reclamar. Com vontade de cantar e disposta a deixar sua marcar no Carnaval de Salvador, Carla apresentou um repertório variado, mesclando axé e samba reggae. Com o público nas mãos, ainda convidou Adryana Ribeiro, ex Adryana e a Rapaziada, para cantar sucessos populares. “Esse é o nosso bloco, vamos brincar, mas com cuidado”, destacou a cantora, que desceu a Avenida arrastando uma multidão que lotava todos os espaços do circuito mais tradicional da folia de momo. Do alto, era difícil distinguir onde começava e terminava o bloco, que sem cordas, atraiu os foliões de todas as classes sociais. Fato conferido pelo governador Jaques Wagner, que do camarote oficial vestiu a camisa do bloco e aplaudiu a iniciativa da Fiocruz na Bahia.
“É bom começar o carnaval com alegria e paz, além de poder se prevenir”, disse a jovem Marta Santos Sampaio, que desfilava ao lado do namorado. Vários voluntários também distribuíram cerca de 30 mil camisinhas pelo circuito.
Sob o forte sol de sábado de Carnaval, Simone Sampaio provou porque não pode ficar de fora da folia baiana. Com excelente presença em cima do trio, mesclando ritmos e tendências, a cantora abraçou de vez a causa da prevenção e vai se firmando como uma estrela do bloco. Além da bela voz e da sintonia com as campanhas pelo uso do preservativo, Simone Sampaio mostrou energia a ponto de fazer boa parte das quase cinco horas de desfile no chão, ao lado dos foliões. Descontraída, distribui camisinhas, tirou fotos enquanto lançava mensagens sobre os benefícios da prevenção. A aprovação pela iniciativa vinha de todos os cantos. Dos camarotes sinais de vitória. Do chão, alegria ao poder dançar ao lado da cantora. “É muito bom acompanhar o bloco. Ele é diferente!”, avaliou o turista mineiro Carlos Nunes. Para os baianos, a apresentação do sábado foi singular. Cheio, mas sem qualquer incidente, foi possível a distribuição dos preservativos para vendedores ambulantes, policiais, foliões de blocos, jovens, mulheres e adultos.
Mantendo a tradição, a segunda-feira foi a vez de acompanhar a Mudança do Garcia. Comandado pelo maestro Fred Dantas, o bloco relembrou os antigos carnavais, desfilando novamente no Campo Grande. A maratona começou por volta da 11h, no Largo do Garcia, e prosseguiu pelas ruas do centro da cidade, num dia em que os protestos políticos ganham espaço na folia. “Foi um sucesso. Conseguimos levar a mensagem da prevenção ao Carnaval de Salvador. Essa é uma campanha que deve continuar”, comemora Mitermayer Galvão dos Reis, diretor da Fiocruz e coordenador geral do Bloco da Camisinha.
(matéria extraída do Site www.bahia.fiocruz.br - ASCOM 7/2/2008)
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