Alguns vírus provocam até cirrose, com necessidade de transplante de fígado
A hepatite é qualquer inflamação do fígado e pode ser causada por infecções (vírus, bactérias), bebidas alcoólicas, medicamentos, drogas, doenças hereditárias (depósitos anormais de ferro, cobre) e doenças autoimunes. As hepatites virais são um problema sério de saúde pública, que atingem toda a população mundial, especialmente os países onde as condições de saneamento básico são mais precárias.
As hepatites virais são causadas pelos vírus hepatotrópicos, capazes de se reproduzir no tecido hepático, identificados pelas letras do alfabeto – A, B, C, D e E. Segundo a médica da Unidade de Gastro-Hepatologia do Hospital Português (UGH), Dra. Andrea Cavalcanti, o indivíduo pode adquirir o vírus, desenvolver anticorpos e resolver o processo infeccioso, sem sintomas. Ou, em uma minoria dos casos, apresentar sintomas inespecificos – febre, dor no corpo, náuseas, vômitos, desconforto abdominal – associados à icterícia (coloração amarelada na esclera ou “branco do olho”), colúria (urina cor de “dendê”) e acolia fecal (fezes esbranquiçadas). “Quando os sintomas aparecem, há uma baixa carga viral e um menor risco de contágio, portanto, não há necessidade de isolamento de utensílios do individuo sintomático ou do próprio individuo”, explica a gastrohepatologista.
Não existe tratamento específico. Recomenda-se hidratação, repouso moderado, de acordo com as condições clinicas do paciente, e dieta leve. Não existem restrições dietéticas ou dietas que interfiram no quadro e não há beneficio no uso de chás e doces.
Vírus - Os vírus das Hepatites A e E são transmitidos pela via fecal-oral, água contaminada (grandes calamidades), transmissão pessoa/pessoa e transmissão da mãe para o bebê. Não há evidências de transmissão sexual ou parenteral (fora da via digestiva). “Causam hepatite aguda, inflamação auto-limitada, reversível e sem maior gravidade. Raramente, no entanto, evoluem para uma forma grave, denominada hepatite fulminante, considerada uma prioridade na lista de transplante hepático”, informa Dra. Andréa Cavalcanti. O vírus E é endêmico na América Central. Em nosso meio, estudos mostram uma incidência de 2,5% ao ano. Já o vírus A é endêmico no Brasil, com uma incidência que variou em 2009 de 3% na Região Sul a 36% na Região Norte. Cerca de 20% das crianças brasileiras entram em contato com o vírus A dos 5 aos 10 anos.
Os vírus B, C e D ou Delta são transmitidos pela via parenteral e sexual, e evoluem de forma assintomática, na maioria dos casos, porém, os vírus podem permanecer no tecido hepático, causando uma forma crônica de hepatite, mediada por células, os linfócitos, que produzem cicatriz ou fibrose. A fibrose altera a arquitetura do tecido hepático, interfere na circulação sanguínea do fígado e evolui para a cirrose hepática. Em todo o mundo, a cirrose hepática causada pela Hepatite C é a principal causa de transplante hepático.
A transmissão sexual é a principal forma de contágio da Hepatite B, que atinge, principalmente, a faixa etária entre os 20 e 40 anos. “Apesar das campanhas educativas sobre sexo seguro, a incidência não tem diminuído nos últimos 10 anos”, comenta a gastrohepatologista.
Para o tratamento das Hepatites B e Delta o paciente é avaliado com exames laboratoriais e, em alguns casos, com biopsia hepática para determinar o grau de inflamação e fibrose. As drogas são disponíveis no sistema público e podem ser administradas por via oral, os análogos nucleotídeos ou nucleosídeos, dentre eles, o Tenofovir, ou por via sub-cutânea, os Interferons. O tempo mínimo de tratamento, dependendo da resposta, que é determinada por exames de sangue, denominados marcadores virais, é de um ano.
O vírus da Hepatite C tem transmissão parenteral, através de transfusão de sangue e derivados, uso de drogas, injetáveis ou inaláveis, tatuagens, compartilhamento de utensílios de depilação ou manicure. Em cerca de 20% dos casos diagnosticados, não se identifica a forma de contágio. Existem populações de maior risco, como profissionais de saúde, que podem se contaminar com objetos perfuro-contusos no atendimento a doentes, presidiários, usuários de drogas.
Embora o vírus tenha sido isolado na saliva, líquido vaginal e sêmen, a transmissão sexual da Hepatite C, entre casais estáveis, não é considerada frequente. Mas pode ocorrer contaminação através do compartilhamento, entre os casais, de tesouras, aparelhos de barbear ou escovas de dente. Determina-se o candidato ao tratamento através de exames de sangue, que sugerem inflamação hepática, o tipo do vírus, denominado genótipo, e a carga viral e da biópsia hepática.
O tratamento, que também é disponível no sistema público, utiliza o Interferon convencional, aplicado por via sub-cutânea, três vezes por semana, ou Peguilado, também aplicado por via sub-cutânea, uma vez por semana, e a Ribavirina, administrada por via oral, duas vezes por dia, por seis meses a um ano, dependendo do genótipo do vírus.
“O paciente deve receber as medicações para tratamento das Hepatites B e C sob acompanhamento médico regular, pois ocorrem alguns efeitos colaterais que merecem intervenção medicamentosa ou até suspensão do tratamento. Quando se institui o tratamento adequado, com boa adesão, a chance de resposta é, em média, de 60%”, destaca Dra. Andrea.
A vacinação ou imunização é o método mais eficaz para evitar as hepatites virais, porém, somente estão disponíveis vacinas contra os vírus A e B. A vacina contra Hepatite B é fornecida dos zero aos 19 anos, pela via intra-muscular, em três doses. A vacina contra Hepatite A ainda não é fornecida gratuitamente, mas também deve ser oferecida a partir do primeiro mês de vida.
HEPATITES
Forma de contaminação, período de incubação (tempo entre o contágio e o desenvolvimento da doença ou detecção laboratorial de marcadores sorológicos) e a capacidade de evoluir para doença crônica do fígado
VÍRUS A
TRANSMISSÃO - ESTÉTICA,
INCUBAÇÃO - 15 A 20
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - NUNCA.
VÍRUS B, C, D
TRANSMISSÃO - PARENTERAL
INCUBAÇÃO - 28 A 160
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - VARIÁVEL
VÍRUS E
TRANSMISSÃO - ESTÉTICA
INCUBAÇÃO - 20 A 40
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - NUNCA
Quadro com a forma de contaminação e a matéria na íntegra estão no site http://www.hportugues.com.br/noticias/atual/docimagebig.2010-10-05.2649907586
VÍRUS A
TRANSMISSÃO - ESTÉTICA,
INCUBAÇÃO - 15 A 20
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - NUNCA.
VÍRUS B, C, D
TRANSMISSÃO - PARENTERAL
INCUBAÇÃO - 28 A 160
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - VARIÁVEL
VÍRUS E
TRANSMISSÃO - ESTÉTICA
INCUBAÇÃO - 20 A 40
PROGRESSÃO PARA DOENÇA CRÔNICA - NUNCA
Quadro com a forma de contaminação e a matéria na íntegra estão no site http://www.hportugues.com.br/noticias/atual/docimagebig.2010-10-05.2649907586
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