É a “ditadura da aparência”, face visível do processo de transição nutricional que, segundo dados do Ministério da Saúde, não só reduz a qualidade de vida da população, como onera os gastos públicos com Previdência, seguros de saúde e atividade produtiva no Brasil. Um outro reflexo desta mesma realidade pode ser constatado quando se leva em consideração o alto consumo de remédios para emagrecer no país.
A taxa de consumo per capita de anorexígenos no Brasil é 39,2% superior à dos EUA — 12,5 por 1.000 habitantes entre os brasileiros, contra 4,9 dos americanos, segundo o Relatório Anual 2006, divulgado em 1º de março, da Comissão Internacional para Controle de Narcóticos, braço independente do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. O documento cita o caso da modelo Ana Carolina Reston, que em 15 de novembro de 2006 morreu em São Paulo de insuficiência renal e infecção generalizada.
Os anorexígenos, que devem ser prescritos e monitorados por médicos, também empregados no tratamento da obesidade mórbida ou do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), “acabam usados indiscriminadamente para alimentar a obsessão pelo emagrecimento que afeta algumas sociedades”, diz o documento.
Anorexígenos são anfetaminas que inibem apetite ou sensação de fome, e 14 delas estão no chamado Schedule IV da Convenção Internacional de Psicotrópicos, de 1971, como substâncias que exigem receita. A justificativa é que somente um médico é capaz de calcular a relação ideal entre risco e benefício destes medicamentos na saúde do paciente.
Como estimulam o sistema nervoso central, seu uso indiscriminado pode provocar crises de pânico, comportamento agressivo e violento, alucinações, depressão respiratória, convulsões, coma e morte, atesta o documento. Cinco países e um território têm as mais altas taxas de uso de estimulantes listados no Schedule IV. Pela ordem, Brasil, Argentina, Coréia do Sul, Estados Unidos, Cingapura e Hong Kong, Região Administrativa Especial da República Popular da China.
A comissão enfatiza que medidas rigorosas de controle, quando aplicadas pelas autoridades de vigilância sanitária, reduzem o consumo. Foi o que ocorreu, por exemplo, no Chile, na Dinamarca e na França. Além disso, convoca o documento, o profissional de saúde tem papel importante neste esforço, calculando o equilíbrio entre benefício e risco no uso de tais substâncias de acordo com a prática médica sadia.
DESPERTAR TARDIO
A mídia brasileira acordou para o problema da anorexia e outros distúrbios alimentares com a morte da modelo Ana Carolina, que ficou semanas seguidas nas manchetes. Foi menor o destaque para os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), entre julho de 2002 e junho de 2003, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, 38,8 milhões de brasileiros acima dos 20 anos estão acima do peso; destes, 10,5 milhões são obesos. Mais: 16,7% da população entre 10 e 19 anos têm excesso de peso, e 2,3% apresentam obesidade. Os dados despertaram a ação do Ministério da Saúde. Ês doenças causadas pela combinação de hábitos alimentares pouco saudáveis e sedentarismo reduzem a qualidade de vida das pessoas e geram pesados custos não só para o sistema de saúde, como para o país, impactando o sistema de previdência, os seguros de saúde e a atividade produtiva%D, afirma Ana Beatriz Vasconcelos, coordenadora da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan) do ministério.
A preocupação de Ana Beatriz se traduz nas ações do governo federal. Aprovada em março de 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde prevê diretrizes de incentivo à alimentação saudável e à prática de atividades físicas, entre outras determinações. A promoção da alimentação saudável está prevista nas ações da estratégia de Saúde da Família e dos agentes comunitários de saúde, e iniciativas como o Guia alimentar para a população brasileira buscam orientar a sociedade nas questões nutricionais. As ações prevêem ainda a promoção de hábitos alimentares saudáveis nas escolas, o desenvolvimento da proposta de rotulagem obrigatória de alimentos e a regulamentação da publicidade de alimentos para o público infantil.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prepara resolução %4 com publicação prevista neste mês de abril %4 que modificará os critérios de notificação das prescrições de anorexígenos, para coibir o abuso na venda desses medicamentos. Eles podiam ser prescritos pelos médicos no receituário de tipo Ë%D (cor azul), que o próprio médico mandava imprimir. Pelas novas regras, anorexígenos só poderão ser comprados com receita do tipo Ê%D (de cor amarela), impressa e distribuída pela Vigilância Sanitária. A proposta também proíbe a prescrição das %Cmilagrosas%D fórmulas para emagrecimento, em preparações, separadas ou não, que contenham substâncias diuréticas, hormônios ou outros produtos com ação medicamentosa em associação com anorexígenos.
O tema foi alvo da Consulta Pública nº 89, que aceitou sugestões a partir de dezembro de 2006. Antes, farmácias e drogarias retinham a receita e registravam os dados em livro recolhido, periodicamente, pela Anvisa. Um novo sistema de controle, que deverá estar em operação até o fim do semestre, permitirá o registro online das informações, no ato da compra. Mas a própria Anvisa reconhece que o aumento do controle sobre as receitas é insuficiente.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que os países reduzam a quantidade de substâncias permitidas: o fenproporex, por exemplo, tão usado no Brasil, é proibido em quase todo o mundo.
Além disso, controlar as farmácias não basta. Uma simples consulta pela palavra fenproporex no sistema de busca Google revela a venda indiscriminada de inibidores de apetite pela internet %4 e também relatos assustadores, tanto de jovens que usam essas drogas sem acompanhamento médico quanto de pessoas que acabaram no hospital vítimas de seus efeitos colaterais. Por isso, a Anvisa vem trabalhando com a Polícia Federal para tentar coibir o comércio ilegal de drogas controladas %4 uma tarefa que nem as poderosas agências americanas e européias têm conseguido cumprir a contento.
TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
Toda a repercussão em torno dos transtornos alimentares, no entanto, serviu para que se percebesse, no país, a coexistência da obesidade com a desnutrição. Dados da coordenação da Pnan informam que, ao mesmo tempo em que se observa o aumento de calorias per capita e da participação de alimentos de origem animal na mesa do brasileiro, constata-se a substituição de cereais, frutas, verduras e legumes por gorduras em geral e açúcares.
Os especialistas denominaram esse processo de %Ctransição nutricional%D, típico dos países em desenvolvimento, como informa o professor Carlos Augusto Monteiro, chefe do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Faculdade de Medicina (ESP/FM) da Universidade de São Paulo. Segundo ele, o processo se caracteriza pela %Csubstituição do consumo de alimentos tradicionais, in natura, por alimentos altamente processados, produzidos por grandes indústrias de alimentos, boa parte deles de alta densidade energética e pobres em nutrientes%D. Ou seja: maior quantidade, menor qualidade. O aumento do consumo de alimentos fora de casa e as estratégias agressivas de marketing são, segundo ele, eixos complementares do mesmo fenômeno.
A transição alimentar explicaria as evidências de que a obesidade em adultos cresce mais entre as famílias brasileiras de menor renda. Ê prevalência de obesidade em mulheres de baixa renda em algumas regiões do país já supera a prevalência observada entre mulheres de alta renda%D, constata Carlos Augusto. Outro efeito da transição alimentar é a Íupla carga da má nutrição%D, que ligaria, por fator de causalidade, a ocorrência da desnutrição na infância " ou no período intrauterino " à obesidade na vida adulta.
EXCESSO OU DESIGUALDADE?
Ê rede de causalidade da desnutrição e da fome, de maneira semelhante à obesidade, é muito complexa, e seu enfrentamento deve vincular ações que sejam capazes de garantir acesso de toda a população a uma alimentação saudável e visem à redução das desigualdades sociais%D, defende Ana Beatriz Vasconcelos, da Pnan. Para a psicóloga e jornalista Mônica Carvalho, autora da tese de doutorado Obesidade e pobreza na imprensa: epidemiologia de uma questão social, defendida na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as desigualdades estão no cerne da questão.
Para ela, existe uma tendência da imprensa em considerar o problema da obesidade pelo viés do Îxcesso%D, cuja solução viria pelas dietas ou pela educação alimentar. Ela acredita, no entanto, que há um número grande de pessoas fora da Íinâmica de consumo e da escolha%D sobre o que comer. O tema é político, adverte Mônica, na medida em que reforça a tendência mundial do Estado mínimo. Îsta tendência se baseia na responsabilização dos indivíduos pelas conseqüências de suas próprias escolhas, inclusive alimentares, e transforma uma questão social, a desigualdade, em questão de saúde", afirma. "Trata-se, porém, de uma questão de saúde pautada na ilusão da superalimentação, já que a não-diversificação alimentar leva à desnutrição, oculta mesmo entre obesos".
Na outra ponta, números divulgados pelo Ministério da Saúde indicam, entre 1996 e 2004, 193 casos de óbito por anorexia no país. Embora as estatísticas oficiais não registrem as vítimas dos demais transtornos alimentares, é consenso entre os pesquisadores que a tendência é de aumento da incidência nas grandes cidades brasileiras. %COs casos de anorexia e bulimia têm aparecido com maior freqüência na atualidade%D, confirma Ana Beatriz Vasconcelos.
As causas do problema, segundo ela, são complexas, envolvendo questões culturais, sociais e históricas %Cque se relacionam ao conceito de beleza estabelecido pela sociedade%D. São reflexos da Íitadura da magreza%D e da criação de uma %Csociedade lipofóbica%D, sugere a psicóloga Joana Novaes (ver entrevista na pág. 25).
O psicólogo Marco Antonio de Tommaso, especialista em transtornos alimentares e consultor de agências de modelos, constatou o problema em pesquisa de 2006, pelo menos no mercado da moda. Entre 140 modelos maiores de 18 anos que entrevistou, 25% comiam excessivamente e induziam o vômito ou faziam uso de laxante ou diurético para não ganhar peso %4 característica básica da bulimia.
Os reflexos deste comportamento também podem ser observados longe das passarelas. Por exemplo, na internet. No estudo Apologia aos transtornos alimentares na internet: o perigo dos grupos pró-ana e pró-mia para crianças e jovens, a psicóloga Ana Helena Rotta Soares, doutora em Saúde da Criança e da Mulher pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF), unidade materno-infantil da Fiocruz, identificou cerca de 120 comunidades, no site de relacionamentos Orkut, que associam anorexia e bulimia a estilos de vida, e não a doenças, como de fato são. Ana Helena também identificou na pesquisa 50 blogs %4 páginas de internautas publicadas na web %4 criados por defensores da anorexia e da bulimia (identificados pelos títulos %Cpró-ana%D e %Cpró-mia%D) tratados como estilos de vida.
Para a psicóloga, essa negação da doença, um dos sintomas clínicos dos distúrbios alimentares, pede uma abordagem que integre prevenção e tratamento. Êlém do aspecto psicológico, estratégias de educação alimentar e nutricional junto aos jovens, orientação adequada para a manutenção do peso saudável, estabelecimento de diretrizes técnicas para facilitar a compreensão sobre a alimentação saudável e a capacitação dos profissionais de saúde da Atenção Básica em nutrição e distúrbios alimentares são algumas das ações que podem apoiar os serviços de saúde no enfrentamento desses casos%D, diz.
Mônica Carvalho, que em sua dissertação de mestrado se aprofundou no estudo da Ëulímica como metáfora da atualidade%D, lembra que, embora diagnosticado como doença, o transtorno da bulimia %Cse encaixa melhor%D nas exigências da sociedade contemporânea e seu jogo entre prazer, cuidado pessoal, responsabilidade e liberdade. Como nada permanece e tudo se dá num grande fluxo de incerteza, a bulimia seria a metáfora da extrema adequação, %Co movimento pendular entre a escolha do prazer, sem travas ou contenções, e logo a seguir a busca do controle, na atitude de eliminação da possibilidade do risco corrido%D. Ou seja, a pessoa ingere gorduras, mas, diferentemente da anorexia, mantém uma aparência de peso normal, um sinal de "sucesso" diante da necessidade de controle e de busca do prazer.
O próprio medicamento "bulimígeno" Orlistat, mais conhecido como Xenical, por exemplo, tem efeito laxativo, mas não é considerado um laxante %4 ou pelo menos se comporta como tal apenas se ingerido com certa quantidade de gordura que exceda o limite da dieta estipulada. A diarréia que pode provocar, por sua vez, também não é considerada um sintoma de bulimia, ao contrário, é um sintoma até certo ponto comum, que pode levar à "saudável" mudança dos hábitos alimentares e à perda dos indesejáveis quilos a mais, interpreta a psicóloga.
Na realidade, afirma, esse desagradável efeito colateral do Xenical nada mais é do que uma ação de controle, exercida pelo medicamento, sobre o prazeroso ato de consumir comidas gordurosas, o que as bulímicas fazem quando tomam laxantes.
Neste sentido, o Xenical faz sucesso por aliar a garantia de se tratar de receita médica ao fato de controlar e ensinar a pessoa a comer, mantendo um certo nível de prazer. Íaí eu me referir à idéia do bulímico de bem com a vida ou de uma bulimia sem a culpa e o peso simbólico de uma doença%D, esclarece Mônica.
Para o professor Carlos Augusto Monteiro, da ESP/FM, é necessário começar a caracterizar os distúrbios alimentares do ponto de vista epidemiológico, %Co que começa pela descrição da freqüência, da evolução e da distribuição desses problemas no país%D. Também coordenador científico do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, ele acredita que os dados existentes ainda não são Ìonfiáveis%D a ponto de se poder identificar como se distribuem, socialmente, estas doenças.
Mas o professor considerou Êssustador%D o primeiro levantamento do Vigitel, Vigilância de Fatores de Risco à Saúde %4 excesso de peso e obesidade, inatividade física e consumo de tabaco e álcool %4, pesquisa telefônica em todas as capitais que o governo fará anualmente: 29% dos adultos das capitais não praticam atividade física; 43% estão acima do peso e 11% estão obesos.
Mesmo com a carência de dados, o Sistema Único de Saúde já está capacitado para atender pessoas com transtornos alimentares, informa a Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (Pnan) do Ministério da Saúde. No caso da anorexia, o atendimento se dá nos ambulatórios de saúde mental dos hospitais gerais, nos ambulatórios isolados, em postos e centros de saúde, além de universidades públicas conveniadas com o SUS. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) também estão capacitados para tratar a anorexia.
Alternativa saudável e conhecida
Arroz, feijão, salada e bife. A conhecida combinação de alimentos do famoso prato feito brasileiro é uma alternativa de alimentação saudável e de baixo custo, atesta a nutricionista Sueli Rosa Gama, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Farias (CSGSF/Ensp/Fiocruz). Segundo ela, o %CPF%D reúne carboidratos (no arroz), proteínas (no feijão e no bife), ferro (no feijão), fibras (no feijão e na salada) e vitaminas (na salada e no bife), nutrientes básicos de uma refeição (ver box nas págs. 22/23).
Esta é uma das sugestões oferecidas por Sueli às famílias atendidas no centro de saúde, onde ela faz acompanhamento nutricional e investiga a prevalência de fatores de riscos cardiovasculares em adultos e crianças. A nutricionista constatou, entre 356 crianças atendidas, indícios alarmantes de sobrepeso e, em 64% delas, prevalência de dislipidemia %4 alterações de gordura no sangue %4, que pode desencadear precocemente arteriosclerose, hipertensão e diabetes tipo 2. A principal causa do problema, aponta a pesquisadora, é a má qualidade da alimentação.
Sueli constatou que a maioria destas crianças trocou as refeições habituais %4 almoço, lanche, jantar %4 por biscoitos recheados, sanduíches, salgados, pizzas e refrigerantes, alimentos mais acessíveis e mais baratos, mas pobres em nutrientes e ricos em gorduras saturadas e açúcares simples, grandes responsáveis por doenças antes detectadas somente em adultos. %CO perigo é que os sintomas são silenciosos. Só serão percebidos quando o problema já estiver grave%D, alerta ela.
RECOMENDAÇÕES OFICIAIS
A preocupação da nutricionista está em consonância com as recomendações do Guia alimentar para a população brasileira, lançado em 2006 pelo Ministério da Saúde: %CLimitar a ingestão energética procedente das gorduras e substituir as gorduras saturadas e trans-saturadas por gorduras insaturadas; aumentar o consumo de frutas e hortaliças, assim como legumes, cereais integrais e nozes e similares; limitar a ingestão de açúcar simples; limitar a ingestão de sal (sódio) de toda procedência (promovendo o consumo de sal iodado) e buscar o equilíbrio energético para o controle de peso saudável%D.
Para Ana Beatriz Vasconcelos, o Guia é um potente instrumento a ser utilizado pelos profissionais de saúde da Atenção Básica, na abordagem alimentar e nutricional. Ela esclarece que o incentivo ao consumo de frutas, verduras e legumes, um dos eixos da política, Ëaseia-se em evidências científicas que demonstram que o consumo diário de no mínimo 400 gramas destes alimentos pode prevenir grande parte das doenças, especialmente as cardiovasculares e alguns tipos de câncer%D. Além disso, diz Ana, ricos em nutrientes e de baixo valor energético, estes alimentos também auxiliam na prevenção e no controle da obesidade.
Para disseminar esta e outras recomendações, o Ministério da Saúde enviou o Guia alimentar a coordenações estaduais e centros colaboradores de alimentação e nutrição, órgãos de classe, serviços de atenção básica à saúde e universidades, entre outras instituições. Além disso, a página eletrônica da coordenação do Pnan (http://dtr2004.saude.gov.br/nutricao/publicacoes.php) oferece o texto na íntegra, para consulta e download %4 e também outros documentos, como o Caderno de Atenção Básica %4 Obesidade e a íntegra da Política Nacional de Alimentação e Nutrição.
A meta de 2007, informa Ana, é a capacitação de profissionais de saúde da Atenção Básica, prioritariamente os agentes comunitários de saúde.
TITULO: UM PADRÃO BEM POUCO SAUDÁVEL
PROPAGANDA NÃO AJUDA
Um dos grandes obstáculos para a mudança dos hábitos alimentares da população, diz Sueli Gama, é a publicidade, principalmente a produzida com o objetivo de despertar o interesse do público infantil. %CMudar hábitos é complicado e a propaganda não ajuda%D, constata a nutricionista. O assunto chamou a atenção do Ministério da Saúde. Até 1º de abril, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária estava aberta a Consulta Pública nº 71, de 2006, cujo objetivo é regular o marketing de alimentos ricos em gorduras, sódio e açúcar.
A Anvisa determina, desde julho de 2006, que as empresas fabricantes de alimentos sejam obrigadas a informar ao consumidor, no rótulo da embalagem, o valor energético do alimento, a quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas e trans, além de fibra alimentar e sódio.
Glossário
Anorexia %4 Um dos principais transtornos alimentares, reúne preocupação excessiva com o peso, alteração da imagem corporal e medo patológico de engordar. Pessoas com este distúrbio, mesmo magras, acreditam estar gordas e têm obsessão por emagrecer; deixam de se alimentar e podem chegar a um IMC abaixo dos estabelecidos como saudáveis (18,5 kg/m2). Atinge com maior freqüência as mulheres.
Anorexígenos %4 Medicamentos psicotrópicos empregados no tratamento da obesidade que atuam no cérebro, diminuindo o apetite e a sensação de fome. Alguns são derivados de anfetaminas, podendo causar dependência, psicose, problemas cardíacos e até a morte.
Bulimia %4 Também é um transtorno de imagem corporal, com características parecidas com as observadas na anorexia. As pessoas com bulimia, no entanto, alternam episódios de alimentação descontrolada (ingestão de grande quantidade de comida em curto intervalo de tempo), seguidos de práticas com o objetivo de emagrecer: vômitos provocados, uso excessivo de laxantes e/ou diuréticos, grandes intervalos de jejum.
Bulimia %4 Também é um transtorno de imagem corporal, com características parecidas com as observadas na anorexia. As pessoas com bulimia, no entanto, alternam episódios de alimentação descontrolada (ingestão de grande quantidade de comida em curto intervalo de tempo), seguidos de práticas com o objetivo de emagrecer: vômitos provocados, uso excessivo de laxantes e/ou diuréticos, grandes intervalos de jejum.
Gordura trans %4 Tipo específico de gordura formada no processo de hidrogenação natural ou industrial, utilizada para melhorar a consistência dos alimentos e também para aumentar o tempo de exposição de alguns produtos. Seu consumo excessivo pode causar o aumento da taxa de colesterol ruim (LDL) e reduzir a do bom colesterol (HDL). A OMS recomenda o máximo de 2 gramas diários.
IMC %4 Índice de Massa Corporal. É reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de obesidade. O IMC é calculado dividindo-se o peso (em quilogramas) pela altura ao quadrado (em metro).
Comentário: Esta matéria retrata uma realidade que temos enfretado, com o chamado "padrões de beleza".
Hoje é notório a busca desenfreada por um corpo modelo e esta busca tem levado jovens à morte, ao se intoxicarem de medicamentos, bem como de não se alimentarem adequadamente.
Abraços Sued
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