Blogs e comunidades do Orkut incentivam bulimia e anorexia

Esta materia foi divulgada no http://www.correiodabahia.com.br/ com o título Blogs e comunidades do Orkut incentivam bulimia e anorexia. Achei de grande importância divulgar esta matéria, até porque temos blogs que fazem ao contrário.

Aqui na Toca das Informações, em Novembro de 2007 foi divulgada uma matéria de muita relevância - DESPERTAR TARDIO ANOREXIA, matéria esta publicada na REVISTA RADIS da Fundação Oswaldo Cruz. Vale a pena conferir e reler a citada matéria.

Distúrbios alimentares representam grave risco e podem levar à morte

Cilene Brito
“Como forçar o vômito de forma mais fácil?”, “O que fazer para passar o dia inteiro sem comer?” “Quantos laxantes são necessários para limpar toda a comida que comi?”. Perguntas perigosas como estas são mais comuns do que se imagina na internet. Blogs e comunidades do site de relacionamento orkut estão saturados de receitas que incentivam a anorexia e a bulimia, distúrbios alimentares caracterizados pela preocupação exagerada com o peso. Na Bahia, como na maioria dos estados, não existem iniciativas para combater o problema que atinge cada vez mais adolescentes em todo mundo. No Orkut já existe até uma comunidade específica para os anoréxicos e os bulímicos baianos.
O Ministério Público Federal (MPF), que investiga crimes na internet como racismo e pedofilia, não atua no combate ao problema porque ainda não recebeu denúncias sobre o assunto, segundo assessoria de imprensa do órgão na Bahia. A falta de controle sobre as informações que são divulgadas tem preocupado pais e especialistas. Receitas radicais para emagrecer e a apologia para a prática do jejum podem representar sérios riscos à saúde e até mesmo levar à morte. A banalidade com que o assunto é tratado na internet tem feito com que os internautas considerem o transtorno como um estilo de vida. Para eles, a comida é um mal da humanidade e deve ser abolida do planeta. Comer deve ser a última opção e em quantidades mínimas.
Os adeptos são, em sua maioria, meninas com idade entre 14 e 20 anos. Na rede, elas se apresentam como Anna (anorexia) ou Mia (bulimia) e costumam fazer confissões escancaradas sobre os tratamentos de choque mais eficazes para emagrecer rapidamente. Não raro, meninas desesperadas pedem ajuda porque caíram na tentação. Uma das sugestões mais radicais é aderir ao dia no food (nenhuma comida). Há ainda comunidades que incentivam competições para ver quem alcança mais rápido a meta dos 40kg. Outras são verdadeiros diários virtuais para desabafo.
Nos sites, as anoréxicas e as bulímicas também ensinam como despistar os pais em caso de suspeitas. Passar na frente deles com pacotes de biscoitos e refrigerantes e depois jogá-los fora e usar roupas largas para disfarçar a perda de peso são algumas das estratégias, segundo o site. Qualquer adolescente está vulnerável às influências dos sites. A maioria das páginas é bastante atrativa, mostrando um mundo glamouroso de modelos lindas, ricas e magras, muito magras. A prática da anorexia e bulimia é reforçada pelo apelo dos padrões impostos pela sociedade e pelo mundo da moda.
Modelos - O risco é ainda maior para aquelas que sonham com a carreira de modelo ou já atuam no meio. A modelo baiana Diana Medeiros, 24 anos, confessa que “já deu uma olhadinha nas comunidades e já fez dietas radicais para perder peso em uma semana”. No entanto, ela garante que mantém a boa forma com a alimentação equilibrada e muito exercício físico. Ela reconhece que há muita pressão no meio, mas diz que a cobrança não é muito grande entre as modelos baianas. “As modelos daqui não desfilam muito em passarela. Em outros estados, onde os desfile acontecem quase todos os dias, a cobrança é bem maior”, avalia.
A curiosidade em descobrir receitas práticas para emagrecimento também levou a estudante Viviane Costa, 18 anos, a acessar o site. “Não sou anoréxica, mas não nego que tenho preocupação com o meu peso. Olhei a comunidade só para ver se tinha alguma dieta, mas acabei vendo coisas impressionantes. Elas são obcecadas”, disse.
A psicóloga Cíntia Luisa Reis alerta que pais devem encarar o problema como uma patologia que necessita de acompanhamento médico e psicológico. A especialista afirma que tanto a anorexia quanto a bulimia estão ligadas a diversos fatores como depressão e baixa auto-estima. “As adolescentes têm uma auto-imagem distorcida. Se olham no espelho e sempre se enxergam gordas”, explica Cíntia Reis. Na avaliação da psicóloga, muitas adolescentes participam dessas comunidades para preencher vazios em suas vidas. “Elas podem se identificar com alguma coisa e decidir fazer parte desse meio de convívio”.
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ANOREXIA
O que é?É um transtorno alimentar em que a pessoa priva-se de se alimentar, ocasionando um emagrecimento a níveis abaixo do peso mínimo normal. A auto-imagem é distorcida e as mulheres têm plena convicção de que são gordas.
Quais os sinais?
O peso corporal é uma obsessão e o pensamento gira sempre em torno de comida.
É comum que colecionem receitas e cozinhem para que os outros a sua volta comam “por elas”.
As mulheres têm seu ciclo menstrual interrompido por, no mínimo, três semanas consecutivas
O corpo perde os caracteres femininos devido ao emagrecimento exagerado.
Uso compulsivo de laxantes.
Exagero na prática de exercícios físicos.
Qual o tratamento?
Antidepressivos e psicoterapia.
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Bulimia
O que é?
É um transtorno alimentar em que o indivíduo tem episódios freqüentes de ingesta compulsiva, sentindo-se incapaz de parar de comer. Para compensar o exagero da alimentação, faz longos períodos de jejum, induz vômitos, usa laxantes, diuréticos, enemas e praticam exercícios físicos de forma obsessiva.
Quais os sinais?
Em geral, o bulímico mantém seu peso no nível normal ou pouco acima do normal, fazendo o problema passar quase despercebido. Se alimenta pouco na frente dos outros e quando a sós come compulsivamente.
Depois se “desintoxica”, passando longos períodos dentro do banheiro para induzir vômitos.
As mulheres têm interrupção da menstruação.Obsessão por exercícios físicos.
Presença de depressão grave, com dificuldade de relacionamento.
Algumas vezes, há dependência de drogas e álcool e de furto compulsivo (cleptomania).
Qual o tratamento?Antidepressivos e psicoterapia.
Informações retiradas do site www.gastronet.com.br

(crédito Correio da Bahia e Gastronet)